sábado, 2 de janeiro de 2021

02 - ETERNAMENTE YU YU HAKUSHO

CAPÍTULO 02 – A INVASÃO

Céu azul, o sol ameno aquece as pessoas que andam pela cidade e nos deparamos com Shizuru Kuwabara, enquanto ela caminha tranquilamente pelas ruas movimentadas do centro após sair de uma loja de perfumes. 

Logo, ela para por um momento e acende seu cigarro, num gesto muito habitual, quase que automático. Repentinamente ela sente um mau pressentimento lhe subir a espinha. Shizuru cruza seus braços apoiando seus cotovelos e observa os céus se tornarem gradativamente rubros aos seus olhos, as pessoas ao redor seguem como se nada as incomodasse. Com ar de preocupação ela diz para si mesma: 

– O que!? O céu está vermelho. Algo muito ruim está para acontecer. 

Pouco depois, um estrondoso barulho ecoa pelo horizonte como se um intenso trovão houvesse rasgado o céu. Todas as pessoas na rua param de repente seus afazeres tentando entender o que estava acontecendo, e Shizuru sente como se algo viesse em sua direção, mas ela não sabe precisar o que. Logo, um vento frio e muito forte começa a soprar violentamente em toda parte assustando as pessoas da cidade. O vento atravessa as ruas, tombando lixeiras, bagunçando telhados. 

Não demora muito até que o primeiro grito doloroso seja ouvido ao longe, como se alguém tivesse sido violentamente ferido, deixando as pessoas aflitas e se entreolhando. Num curto espaço de tempo, um outro grito desesperado é ouvido a poucos metros de distância, e logo vemos que o corpo de uma mulher está completamente suspenso no ar! Ela agoniza, com suas vísceras de fora enquanto seu corpo sacode violentamente.

Vendo aquilo, as pessoas começam a correr em total descontrole e o desespero toma conta de todos. A cada minuto que se passa, mais e mais corpos mutilados continuam a surgir em meio à multidão, causando pânico geral. Em pouco tempo, as ruas do centro se tornam um verdadeiro inferno e somente pelos olhos de Shizuru é que temos noção da verdade sobre tudo o que está realmente acontecendo. Pois as pessoas comuns não conseguem enxergar tudo aquilo, apenas aqueles cuja percepção espiritual é elevada. 

– Não sabem o que os está atacando. Não conseguem ver o que eu vejo! 

Shizuru testemunha um grande portal aberto nos céus, de onde dezenas de Yokais caem na área mais próxima à praia e se espalham pela cidade. Monstros aterradores que só seriam encontrados nos piores pesadelos da mente humana. Todos, devorando as pessoas como se fossem gado e brincando com seus restos em agonia. Ela começa a correr desesperadamente em meio à multidão assustada temendo por sua vida. 

Enquanto Shizuru enfrenta grandes problemas na cidade, longe dali Yukina passa seus dias tranquilamente cuidando do antigo templo de Genkai. Kazuma deixou com ela, seu gatinho Eikichi para lhe fazer companhia e foi lá também, onde Yusuke deixou o crescido Puu aos seus cuidados, pois agora já não havia outro lugar onde ele pudesse viver sem chamar muita atenção. Kuwabara visita Yukina quase todos os dias. Ele se esforçou bastante e treinou incansavelmente até dominar a técnica de romper dimensões e criar portais que o levem a qualquer lugar rapidamente. A intenção era que ele pudesse visitar Yukina sempre que quisesse apesar da grande distância. E é ali, onde estão os dois, que os vemos numa conversa amistosa. 

– Agora que controlo a espada dimensional vou poder vir sempre te visitar Yukina-chan.
 
– Sabe Kazuma, tem algo que eu gostaria de te dizer. 
– Ah é? E o que seria? Diz Kuwabara curioso. 

Seu coração palpita por alguns instantes, mas não era nada do que ele esperava. 

– O que é aquilo? 

Yukina aponta em direção a Yusuke, que chega ao local abruptamente junto de Kuroko, enquanto carrega Hiei em seus braços para receber alguns cuidados, dada a sua situação crítica. 

Ao perceber a rápida aproximação de Yusuke com Hiei em seus braços, Yukina fica surpresa e Kuwabara logo pergunta: 

– Que houve com o anão de jardim? Parece que um trem passou por cima dele. 

Yusuke o coloca reclinado na varanda, depois visivelmente transtornado responde dizendo: "– Sei lá, apareceu assim mais morto do que vivo." 

Ao que Kuroko completa. 
– Ele chegou assim. 

– Ele tá muito ferido! Exclama Yukina preocupada com Hiei. 

Após alguns instantes de tensão, Kuroko diz sensatamente: 
– Precisamos acordá-lo de algum modo e descobrir como ele ficou nesse estado. 

Vendo a gravidade da situação, Yukina corre para dentro da casa e volta trazendo consigo um balde com água e um pano úmido. Ela se ajoelha próxima ao grupo e molha ainda mais o pano colocando-o sobre a testa de Hiei. 

– Já sei! Interrompe Yusuke, que bruscamente se levanta e agarra o balde com força jogando repentinamente toda a água sobre seu companheiro, que acorda irritado e dizendo: 

– Tá querendo morrer é? No que estava pensando seu idiota? 
– Não importa, desembucha Hiei. O que houve? Sempre apressado, cobra Yusuke. 

Após se recompor, Hiei explica em tom alarmante. – Fomos atacados em Alaric. Não sobrou quase nada. 

– Eu não entendo. Pensei que com o torneio, tudo tivesse se resolvido no Makai. Questiona Yusuke ainda sem entender como tudo aconteceu. 

Hiei muda a expressão de seu rosto e um estranho brilho se apaga em seu olhar ao se lembrar dos horrores da batalha que viveu. Logo ele diz: 

– Uma grande horda de youkais surgiu de repente enquanto fazíamos uma ronda em Alaric. Vinda das regiões mais profundas do mundo das trevas. Legiões inteiras sendo mentalmente controladas. Em sua grande maioria, bestas que poderiam ser facilmente esmagadas como insetos. Mas também havia ali, infiltrados em suas fileiras, Youkais tão poderosos quanto você, Kurama e eu. Todos sendo controlados por um maldito desgraçado realmente forte chamado Daito. Meu olho diabólico não teve quaisquer efeitos contra ele. Mukuro e Daito se encontraram em meio ao campo de batalha. O desgraçado foi capaz de bater de frente com ela. Eu nunca vi nada tão destrutivo quanto aquilo. O céu do mundo das trevas ficou em chamas. Mas mesmo Mukuro, foi incapaz de deter aquele monstro. 

– Não acredito que ainda havia alguém escondido por aí capaz de derrotar Mukuro em uma batalha. Quem é esse cara Hiei? O que ele quer afinal? Questiona Yusuke surpreso com o desenrolar dos fatos. 

– E eu lá tenho bola de cristal, Yusuke? Mas uma coisa ficou clara: Ele não queria nada com a gente. Só estávamos no caminho dele. 

– O que quer dizer com isso? Pergunta Yusuke ainda mais surpreso. 

– Aquela região faz parte do antigo território de Mukuro, e é a que possui a maior quantidade de passagens naturais para este mundo. A natureza da realidade ali é frágil, todo Youkai sabe disso. Talvez isso até seja culpa daquela imbecil, que não se importa em cortar dimensões enquanto está treinando. Seja como for, aquele território é perfeito para quem deseja invadir este mundo, a rota ideal. O que eu quero dizer é que o desgraçado está vindo pra cá! 

Com grande surpresa, Kuroko lhes diz: 
– Minha nossa! Nós não vamos conseguir lidar com isso. 

No mesmo instante, Yusuke se levanta e o terror toma conta de seu corpo. Uma gota de suor frio escorre por sua nuca e suas mãos começam a tremer. Ele cerra o punho com grande furor, temendo pela vida de todos, pois sabe que não haverá para onde fugir quando essa batalha começar. 

– Mas que droga! Justo agora que as coisas estão se acertando entre humanos e youkais.

Ao que Yukina replica: 
– Vejam aquilo! O céu naquela direção está todo vermelho! 

O grupo observa ao longe, o céu sobre a cidade se tornar rubro como sangue. No horizonte, um forte clarão indica o ponto em que está se formando o portal que trará as hordas de Yokais para a guerra.

Vendo tudo aquilo, Hiei percebe que o fim se aproxima e afirma: 
– Já começou. 

– E então, alguém tem algum plano? O que nós vamos fazer? Pergunta Kuroko, preocupada. 

Com sua pouca seriedade costumeira, Yusuke quebra a expectativa e comenta num tom zombeteiro:
 
– A gente vai arrebentar geral! Faz tempo que eu tô louco pra descer o sarrafo em alguém. 

Apesar de preocupado e ainda puto, Urameshi não desanima e se mostra pronto pra batalha. Ele dá alguns passos e logo diz: 

– Puxa o bonde aí Kuwabara, abre um portal pra gente. 

– Eu não entendo. Nós não temos nenhuma chance. Diz Kuroko. 

– Mulher imbecil. Ele sabe bem disso. Só resolveu lutar ao invés de se esconder. Se é pra morrer, então vamos levar o maior número destes desgraçados conosco. Diz Hiei enquanto tenta se levantar. E completa:

– Eu também vou para lá. Não vou deixar o Yusuke se divertir sozinho. 

Mas logo que ele se vira, Kuroko lhe desfere um golpe na nuca, colocando Hiei de volta ao solo e mais uma vez inconsciente. Ela se vira para Yukina e com seriedade explica: 

– É melhor ele descansar e cuidar de seus ferimentos. Neste estado, só encontraria a própria morte na batalha que virá a seguir. Cuide dele menina, eu vou ajudar Urameshi, pois se o Yusuke realmente for agir sem pensar, essa batalha estará perdida. 

A alguns metros, Kazuma rompe a barreira da realidade e abre um portal, enquanto Yusuke tenta disfarçar o medo e a tensão gritando para o vento: 

– É hora de botar pra quebrar! Não conheci o outro mundo por querer!


Pouco depois, Kuwabara juntamente com Yusuke e Kuroko chegam à cidade através do portal criado pela Leiken. As ruas estão movimentadas e ao longe, o grande portal é visto no céu. Os três se entreolham.

– É aqui que nos separamos. Diz Kuroko que sai em seguida, percebendo no olhar de Urameshi uma fúria extrema e avassaladora que a preocupou bastante de alguma forma. 

– Eu vou atrás da minha irmã. Ela vinha ao centro hoje. Diz Kuwabara em tom sério, preocupado com o bem estar de Shizuru.

– E eu vou ver como está a Keiko primeiro. Vai pela sombra. A gente se vê no portal.

Os dois se despedem, enquanto uma enorme quantidade de Youkais investe contra ambos. Kuwabara ao velho estilo, desfere um sem número de socos e pontapés, enquanto abre caminho.

– Sai da frente que eu tô com pressa! Grita Kuwabara enquanto corre em direção ao centro da cidade, na expectativa de brevemente encontrar sua irmã.

À medida em que o tempo passa, a invasão demoníaca se torna cada vez pior, muitos corpos são dilacerados por seres invisíveis ou que estão disfarçados de humanos à frente de pessoas desesperadas que fogem sem entender o que os está atacando. Apenas alguns Youkais resolvem mostrar o terror de suas faces aos seres humanos normais.

Em algum lugar em meio a este grande massacre, Kazuma Kuwabara luta com dezenas de demônios pelas ruas da cidade enquanto salva todos aqueles que encontram em seu caminho. Mas tudo parece fora de controle. Por mais que estes Youkais sejam muito fracos e facilmente derrotados, a quantidade absurda em que estão chegando torna a situação cada vez pior, tornando algo simples, no mínimo cansativo. 

Kazuma se distrai por um momento e é atacado pelas costas por um imenso Oni de três metros.

– O que! Exclama Kuwabara percebendo tardiamente a aproximação do inimigo. Mas antes mesmo que o toque, o Youkai é dilacerado em pleno ar! Apenas um grito ecoa pelas ruas:

– Rose Whip! 

O sangue do Youkai que foi partido ao meio, mancha a calçada e anuncia a chegada de Kurama ao local. Foi ele quem ajudou Kazuma utilizando seu chicote de espinhos para despedaçar a criatura. 

– Kurama! Diz o Detetive Sobrenatural entre feliz e aliviado.
– Você já tá sabendo do que tá rolando? Pergunta em seguida Kazuma.
– Ainda não, mas vendo tudo isso, não é difícil se ter uma ideia. Responde Kurama enquanto olha em direção ao portal.

– Verdade, por sinal eu tô sentindo uma energia muito forte vindo para o nosso mundo. Deve ser do cara que abriu aquele buraco no céu. Diz Kuwabara sentindo o enorme Youki que transborda, apesar do perigoso indivíduo ainda estar do outro lado do portal.

– Mas o que é aquilo? Aponta Kuwabara na direção oposta a Kurama.

Neste momento, um monstro imenso e abominável passa voando sobre eles, dá a volta e pousa sobre uma grande placa de rua que se curva ante seu peso. Na mão esquerda a criatura carrega uma Youkai muito bela, de olhos brancos, dois grandes chifres, cabelos longos e esvoaçantes. A Youkai misteriosa é tratada com extremo cuidado, o que demonstra quem manda por ali. Com voz sedutora e um tom de sarcasmo, ela dispara. 

– Ora, ora. Veja Gyuki, um dos patéticos Youkais que vive entre os humanos. Se cansou do mundo das trevas? Não se preocupe pois isso é só o começo. Traremos as trevas até vocês. Gyuki, mate-os agora!

Incapaz de se comunicar verbalmente, a grande criatura apenas arranca um dos pequenos parasitas que estavam se alimentando de seu sangue e o lança contra Kuwabara e Kurama.

O pequeno, mas pesado Youkai faminto se assemelha a um verme e avança violentamente contra Kuwabara tentando devorá-lo. Kazuma é jogado ao chão pelo monstro e luta para manter os dentes da fera longe de sua pele enquanto Kurama se move agilmente pela rua tentando buscar espaço para atacar.

O enorme Youkai retira um outro verme do corpo e arremessa a fera contra Kurama que se esquiva por pouco e com isso tem parte de sua calça rasgada. Ainda no ar, Kurama envolve a pequena criatura totalmente com seu chicote e o despedaça com seus espinhos gerando um jato de sangue. 

Kuwabara por sua vez está em maus lençóis e a criatura enfurecida é pesada demais para que ele consiga tirá-la de cima dele. 

– Tá tudo bem aí Kuwabara? Grita Kurama, após ter dilacerado o verme que o atacou.
– Tá de brincadeira? Essa coisa é pesada! 

Desconcertado e não vendo outra opção, Kazuma grita enquanto concentra suas energias espirituais para criar em suas mãos a espada espiritual.

– Leiken!
As fortes energias da lâmina atravessam o corpo do verme ceifando sua vida. 

– Que gosma mais nojenta. Malditos! 

Diz Kuwabara já se levantando enquanto vê Kurama se lançar contra a monstruosa criatura  numa acrobacia majestosa. Brandindo seu chicote, ele grita:

– Vamos lá.

Porém antes de poder atacar o abissal Youkai, a bela e sedutora inimiga retira um imenso espinho de dentro de seus cabelos e o brandido como a uma espada, se lança num ataque veloz contra Kurama, que apenas tem tempo para se desviar.

– Eu serei sua adversária, será um prazer sentir seu sangue respingar em meu rosto enquanto o saboreio, ainda quente.

Enquanto trocam os primeiros golpes e se movimentam, ela insiste em dizer:

– Mas que falta de educação da minha parte, nem lhe disse o nome daquela que vai acabar com você: Me chamo Pikura, guarde bem este nome. Ou melhor, não. Você não vai precisar se lembrar dele depois que eu lhe matar.

– Gyuki, faça o que quiser com o humano.

Pikura possui uma velocidade de movimentos incrível, mas Kurama ainda a acompanha com facilidade. Ela atira velozmente pequenas esferas orgânicas ao redor de Kurama, que salta para trás por precaução, enquanto as esferas explodem liberando uma espécie de gás esverdeado, com um mal odor. Como não lhe impede a visão, Kurama se pergunta se aquilo não seria venenoso, até que começa a se sentir mal devido ao que já foi inalado, sentindo certa tontura e vertigem. Trancando sua respiração, ele evoca seu Fuka-embu jin, criando um turbilhão de vento que logo dispersa a fumaça, ao mesmo tempo que deixa cair ao solo, num movimento quase imperceptível, pequenas sementes de rosas. 

– Boa tentativa, mas um truque tão básico como este não será capaz de me atingir, esperava mais de você pela pose. Debocha Kurama, já colocando em prática sua estratégia para acertá-la na próxima vez que ela se movimentar rapidamente.

Enquanto isso, Kuwabara sem dificuldades bloqueia um ataque da criatura usando sua espada para evitar uma mordida. A criatura não parece ter medo, pois abocanhou a espada como se fosse parti-la com os dentes, mas num movimento veloz, o novo detetive sobrenatural usa sua mão esquerda para criar uma segunda espada e fazê-la crescer enormemente, desferindo em seguida um violento golpe que parte a criatura ao meio, caindo indiscutivelmente morta. 

Não longe dali, Kurama segue sua luta.

Pikura, puxa três fios de seu cabelo que sob a influência de sua Youki, transformam-se num longo espinho que lhe serve de espada, cujo fio reluz de tão afiada. Em seguida investe rapidamente contra Kurama, que propositalmente se deixa atingir, superficialmente, caindo com um joelho ao chão como se o golpe tivesse sido muito forte. Ela para o ataque de repente, feliz por tê-lo atingido, mas um segundo depois, Kurama coloca sua mão no solo e libera uma enorme quantidade de energia através de sua superfície, que faz germinar as sementes. Rapidamente, diversos cipós repletos de espinhos crescem abruptamente sob os pés de Pikura, a envolvendo, ao mesmo tempo que ele arremessa uma rosa contra a adversária, cujo caule se crava em seu peito, sendo completamente transpassada por espinhos em seguida e acaba por ser engolida por uma quantidade imensa de rosas que surgem lindamente. 

Logo, a bela Youkai para de se mover e admirado, Kuwabara se aproxima perguntando: 

– Caramba Kurama! Eu nunca vi você fazer isso.
– É porque eu nunca havia feito antes.

Notando que Kuwabara não entendera, ele dá maiores explicações:

– Normalmente, basta uma pequena infusão de energia para a flor se tornar um chicote de rosas.  Eu só queria impedir a movimentação dela, mas desta vez, algo saiu do controle. Não consegui dominar direito o meu youki. Acho que seja efeito do veneno que inalei.

No instante seguinte, Kuwabara fica repentinamente tonto e perde o equilíbrio. Ele parece sofrer um grande choque e num lapso, logo diz:

– O que!? Shizuru! 

Kurama, notando aquilo, pergunta:
– O que foi Kuwabara?

– Eu senti uma coisa. Tem algo de errado com a minha irmã. Vamos, é por aqui. 

Enquanto segue Kuwabara, Kurama pensa consigo mesmo sobre a atual situação dos dois: "Não é só a minha energia que está fervilhando, a percepção extra sensorial do Kuwabara também está fora do normal. Talvez não seja efeito do veneno. Será por causa do portal?"

Não muito longe, Shizuru é atacada por dois Youkais horríveis, e cercada em um beco. 
– Não tem saída! 

Sem escapatória, ela tenta se proteger com um pedaço de madeira que encontrou. Os Youkais sorriem sarcasticamente enquanto aproveitam o momento.

– Sai pra lá bicho feio!

O Youkai se aproxima lentamente enquanto balbucia alguma coisa quase indecifrável com sua boca cheia de dentes pontiagudos:

– Ou vai fazer o que? O que um simples ser humano pode fazer contra nós Youkais?
Mas Shizuru não lhes dá este prazer enfrentando com coragem o terror que lhe é imposto. 

Neste momento o monstro é atacado de surpresa e recebe um forte golpe que afunda totalmente suas costelas para dentro do corpo! O monstro é arremessado pela indescritível potência do soco e esmagado contra a parede lateral de uma loja com violência! Sua morte é imediata. 

Com as mãos derramando sob o chão, o sangue do Youkai, Kuwabara faz sua grande entrada dizendo: “– Sai de perto da minha irmã.”

O outro Youkai se apavora e assustado com tamanha brutalidade sai correndo desesperadamente. Mas o grito de Kurama logo é ouvido:

– Não vou deixar você escapar! 

Kurama, arranca a cabeça do Youkai, que sem conseguir efetuar qualquer reação foi atingido em cheio pelo chicote de espinhos. Seus restos caem ao chão e Kuwabara se dirige a Shizuru perguntando:

– Tá tudo bem com você? Não tá ferida?

– Porque demorou tanto? Shizuru dá um cascudo em Kuwabara que sente o golpe e fica passando a mão na nuca tentando aliviar a dor. Ele faz inúmeras caretas engraçadas de dor e irritado ainda diz:

– Podia ter deixado eles te devorarem! Esbraveja Kuwabara com cara de contrariedade.

Kurama se aproxima da dupla e logo Shizuru acende um cigarro enquanto diz:
– O que está havendo com o mundo?

– O Hiei disse que tá vindo um youkai casca grossa por aí. É ele quem está comandando todos estes monstros. Responde seu irmão.
Ao que Kurama complementa:

– Isto é terrível. A destruição da cidade vai ser inevitável em uma batalha assim. E isto vai acabar com os esforços do Koenma, fazendo com que os youkais tornem a ser vistos como uma ameaça novamente.

Neste momento todos são surpreendidos por um intenso clarão que ilumina os céus. Ao olharem para cima, o grupo vê uma imensa esfera de energia atravessar a cidade de um lado até o outro, indo em direção ao portal. Uma explosão inimaginável acontece no momento em que o ataque atinge o portal levando consigo dezenas de Youkais à morte!

Pouco depois, outro ataque de energia corta o céu e é visto por todos.
– Olhem! Aquilo é um Rei-gun? Questiona Kurama, quase que afirmando.

Logo após, todos começam a correr em direção ao portal entre-mundos.

Fim do episódio.
Eu não conheci o outro mundo por querer!
Essa noite o tempo passa devagar ...

                                                    Emergência! Emergência!

                                                                 #Gall 🙏

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